“A gente era feliz e não sabia…”


Houve um tempo, em especial na adolescência, que tinha a certeza de que eu era uma das pessoas mais felizes do mundo.
O tempo foi passando e vieram muitas decepções. De modo particular o coração foi traído e se traiu tantas vezes que depois de tanto penar… conclusão: a vida ficou apática, meio sem brilho. Eu tinha a consciência de que estava num bom caminho, num processo especial de economias, de investimento para o amanhã e deixei de viver muita coisa…
Hoje, depois de alguns cursos na mãos, estabilidade profissional (doze anos de trabalho no mesmo lugar) embora não esteja exercendo a minha própria profissão – pedagogia – sinto-me feliz outra vez.
Meus pais se separaram e tive de lidar com todas as emoções que isso acarreta, inclusive o peso de me tornar dona de casa já que fiquei com meu pai, antes do tempo. Fiz uma graduação e uma especialização no mesmo período – loucura!
Além disso, tinha um coral infantil, um de jovens e outro de adultos sob minha responsabilidade. Eu era professora de escola bíblica. Se por um lado isso tudo é extremamente abençoador, no meu caso virou uma rotina obrigatória e algo para o qual meu corpo respondia sofrendo: tive estafa antes dos trinta anos. Pode?
…e ainda tinha uns namorados à distância. Veja: o que era pra me trazer alegria era, na verdade, uma saudade, uma dor a mais. Sempre uma tensão a mais.
Esse ano é meu ano! 2005 realmente veio mudando as coisas por aqui, dando-me uma qualidade de vida muito especial.
Pra começar: dia 08 de janeiro eu comecei a namorar com Joe.(Vou abrir outro parágrafo para falar dele. Rs):
Joe é uma pessoa riquíssima em toda a dimensão dessa palavra: ele sabe comer bem, ouvir coisas boas, gosta de filmes, de viagens e não tem horário pra nada. Todos os dias agora a gente acaba vivendo (apesar de alguns pequenos desencontros) novidades, surpresas… Temos conhecido muitos lugares especiais onde se pode comer coisas maravilhosas, desfrutar de música, de pessoas, de novos ares, sempre. Mesmo que seja na minha casa ou na dele. Imagine que até me envolvo com cozinha e já sei fazer alguns pratinhos especiais! Sem querer, Joe me levou a gostar de culinária e hoje, além de curiosa, vivo testando coisas, receitinhas e nos deliciamos com vinhos, pratos especiais…
Eu e Joe nos comunicamos num importante espaço intelectual. Nada além de alguns livros, música, cinema, teatro, comida, caminhadas, conversas. Tudo em nosso nível – que não está além do nível de ninguém. É apenas nosso espaço de vivência, de ser feliz.
Joe é de uma tranquilidade invejável. Uma profunda paz. Claro que às vezes isso nos faz até mal porque eu sou meio elétrica. Não entendo ainda muito bem como é que ele lida com seu tempo e discordo de alguns pontos – como é em qualquer história de amor… Depois de tudo a gente senta, conversa, trata o mal e se perdoa. E se curte e se gosta…
É realmente muita riqueza essa coisa de estar com esse homem ao lado.
Nunca – em toda a minha vida – assisti a tantos filmes, escutei tanta música. Nós dois ainda cantamos e tocamos (ele toca!) um para o outro e os dois, para Deus.
Essa é uma parte especialíssima nesse contexto!
É com Joe, com a graça de Deus, que começo a conhecer e viver coisas as quais nunca vivi. É ao seu lado que vou sorrindo, chorando, construindo esta nova etapa de minha vida. Talvez a gente não consiga ainda vislumbrar toda a dimensão dessa grandeza, visto que estamos dentro da história. De fora eu sei que veríamos muito melhor. Mesmo assim, é assim que isso tudo que se chama vida vai sendo tecida, construída, vivida. E tem alguma coisa melhor aí para os humanos?
Hoje eu sou muito mais feliz do que nunca fui.
Estou com mil planos, estou me formando em espanhol. Estou com a liderança do coral de jovens da Igreja Batista Sião para o natal 2005. Isso é bênção de Deus: é vida, é suor, é trabalho!
Estou com planos de fazer mestrado na UFBA ano que vem. Isso é mais uma realização na vida.
Faço hidroginástica – outra delícia.
Meu trabalho aqui no CREA é muito bom. Outra bênção.
Eu estou feliz.