Eles sempre chegam de mãos dadas aos ensaios do coro infanto-juvenil de lá da igreja. E têm apenas sete e oito anos. São crianças, portanto.
Todas as vezes que os vejo chegar, tão unidos, penso na importante tarefa de ser mãe.
Minha mãe também nos criou assim, Júnior e Gabi… Para a paz.
Se brigássemos, se a coisa fosse muito séria, como naquele dia em que eu provoquei um corte enorme na perna de Marquinhos, ela vinha, me reclamava, mas pedia que um abraçasse o outro. E disséssemos um ao outros que nos amávamos.
Confesso que eu morria de raiva de ter que abraçar Marcos enquanto queria mesmo era que ele sumisse de minha frente. Ele era intrigante e pirracento. Mainha nos obrigava ao abraço, ao perdão e à cultura da não-vingança.
Gabi e Júnior me fazem lembar como é importante viver junto, andar de mãos dadas, cuidar um do outro…
Esse é um dos mais importantes segredos da vida, para mim.
foto: Ieda e Neto.