Quase não é possível, eu sei.
Mas gostaria de estar imune das desigualdades sociais que assolam o mundo e geram violência e dor.
Amaria ver meu mundo – toda a Terra mesmo! – livre de qualquer sistema opressor. De esquerda ou de direita.
Queria muito ver toda a natureza em harmonia consigo mesma e equilibrada com as invensões humanas. (Vem cá! Elas não vieram para isso?).
Gostaria muito de ver meu mundo menos consumista e, ao invés de objetos, homens e mulheres serem, de fato, cidadãos do mundo.
Queria estar Imune de coisas e pessoas que aprisionam a mente dos outros com imposição de culpas e medos.
Estar imune dos aparelhos ideológicos que nos impõem valores que, de tanto ouvir e ver, somos forçados a aceitá-los como premissas únicas e verdadeiras. Imune de igrejas, familias, da mídia, dos medos, das leis, das forças militares etc.. A Sociologia Crítica de Pedrinho Guareschi, sabe muito bem do que falo.
Sonho em ver as pessoas livres dos preconceitos que nos assolam e corroem nossa existência. E – pior! – destroem outros seres humanos. Preconceitos linguísticos, raciais, sexuais, religiosos e/ou de qualquer outro tipo.
Imune de falsidades. Inclusive daquelas que surgem de nossa própria casa.
Imune de estar imune. Porque viver é necessário e luta é sempre lugar de reflexão e crescimento.
Imune de mim. Para não ouvir de meu interior o que me impede de ser mais.
Imune!
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Sem lenço, sem documento…
Quase poética esta afirmação.
Poesia lembra beleza, romanticidade.
Mas se um dia você se vê solto no mundo, sem ter pra onde ir, sem condições financeiras de objetivar propriamente seu novo espaço, sem ter direito onde comer… Sem seus livros, roupas, suas coisas… Sem endereço, sem seu lugar?
Isso acontece com pessoas que se separam, que rompem relações. O preço é alto.
Perdido no mundo. Como quem se afoga e não encontra chão para pisar. Agonia.
Tenho pena das pessoas que já viveram momentos assim. Amo três pessoas que já passaram por isso: meu irmão, minha mãe e um amigo que muito amo. Eu gostaria de fazer o tempo voltar para poder orar mais por eles. Cuidar melhor deles.
Pouca gente pode ajudar.
Essa sensação não é boa.
Um dia passa.
É cansativo…
É cansativo.
Ver que a maioria das pessoas vai se deixando levar pela opinião construída pela grande mídia e parece não ter o direito (eles não são considerados cidadãos?) de questionar, de opinar… Ir às urnas é pouco – muito pouco – para demonstrar seus desejos e mais que isso, suas necessidades.
Eu também sou gente! Também quero ver tudo mudar. Também quero curtir essa utopia e vê-la perto, muito perto. Pensei que sim. Vejo que o realizável se distancia, que as forças contrárias (elite, mídia, empresas, banqueiros, poderes multilaterais/internacionais…) são incrivelmente fortes. Entendo porque “o mundo jaz no maligno” como diriam as Escrituras. E não estou espiritualizando os fatos!
Há outras coisas que tb me cansam.