Minha cidade é lugar onde construo minha história.
É aqui onde nasci, onde vivo, estudo, trabalho.
Aqui eu vejo as delícias de um povo baiano acolhedor e manso, de um pôr-do-sol tipo cartão postal.
As experiências vividas por mim em suas ruas, bairros e esquinas, no Rio das Contas e nestes lugares todos tão meus desta cidade não são as que foram vividas necessariamente por você.
A cidade é o lugar de minhas e das suas singularidades. De nossas particularidades. Das boas e amargas experiências. Do encontro amigáveis. Da boa comidinha e da cultura com a qual, de um modo geral, me identifico.
Minha tendência é imitar o jeito de ser, pensar e agir dos meus conterrâneos porque é aqui onde construímos nossa identidade. Nossa fé. Nossa própria vida.
Eu gosto de pensar e saber que a Praça Ruy Barbosa, por exemplo, me remete a um intelectual que, como qualquer outro baiano, foi e continuar sendo além de participante, patrimônio histórico de minha terra. Pena que seu busto, verdadeira obra de arte do Sr. Bünge, esteja lá sem qualquer iluminação. Sem destaque. Esquecido. Não é valorizado por ninguém. (Outro dia havia até uma placa anunciando a venda de uma casa particular pregada na placa do Ruy!).
A cidade é o lugar onde a gente vive. Onde se constitui família, onde a gente encontra lugar de abrigo e proteção. Assim, à moda de Leonardo Boff, minha cidade é o lugar das vizinhanças e de irmandade. Lugar de aconchego e realizações. Sobretudo é aqui que a coletividade tenta sobreviver. Vai sobrevivendo.
Assim, Jequié é o lugar de minhas e de suas possibilidades.
Se penso assim, minha interferência nesta comunidade é algo imperativo. Eu estou aqui dentro e percebo, em minha pele, que o mal que fere a cidade machuca meu próprio calo. Sinto reflexos do que nos maltrata a todos: violência gera violência; injustiça social gera violência e desamor; desigualdade social gera violência. O mal só pode geral o próprio mal.
Nossa liderança política deve ter sensibilidade para olhar atentamente às necessidades da população, do gemido social.
Deve também conduzir de forma justa e respeitosa o erário público.
Negar o suborno ou as facilitações que apenas atendam às prioridades pessoais.
Deve respeitar e fazer valer os direitos da coletividade.
Que todas as instâncias do poder público não usem indevidamente os bens e serviços do Município como tanto se faz.
Se esses e outros limites da democracia forem atendidos, nosso lugar será muito mais acolhedor e promissor para toda a população.