Leinad, minha doce amiga!


Hoje é o aniversário de uma das minhas melhores amigas, Leinad – Daniel ao contrário. E vou confessar: fiz uma travessura terrível com ela. Eu e ela. Foi um ato engraçado, só pra fazer a verdade vir à tona… Tomara que dê certo.

De qualquer jeito nós nos divertimos e, logo cedinho, ela se contorceu de tanto sorrir no seu dia. Ou seja: começamos bem sua festa.

Tive que cantar para ela parte de uma musiquinha que foi muito cantata num dos episódios mais interessantes do Sítio do Pica-pau Amarelo, quando ainda éramos crianças, há algum (não muito) tempo atrás.

Eram duas meninas feias, magras e muito atentadas que provocavam as piores cenas com todas as personagens do Sítio e ainda se faziam de santas. Era engraçado pois ninguém as agüentava mais e elas afirmavam que eram lindas e bem comportadas, como eu e Leinad.

Minha música para Lew, minha doce amiga, hoje, então, foi:

“Nós somos duas meninas bonitas, meigas e finas
Amáveis, doces gracinhas
Nós somos duas meninas unidas, amigas, queridas
Eu sou educada dos pés á cabeça
Eu sou controlada da cabeça aos pés
Não sei o que é diabrura
O que é travessura?
Não sei o que é maldade
Não sei de sujeira!”

Eu amo tanto aquela menininha linda!!!!

Ao meu irmão caçula

INDIVISÍVEIS

“O meu primeiro amor sentávamos numa pedra
que havia num terreno baldio entre as nossas casas.
Falávamos de coisa bobas, isto é, que a gente grande achava bobas
como qualquer troca de confidência entre crianças de cinco anos.
Crianças…
Parecia que entre um e outro nem havia ainda separação de sexos
a não ser o azul do imenso olhos dela,
olhos que eu não encontrava em ninguém mais,
nem no cachorro e no gato da casa,
que apenas tinham a mesma felicidade sem compromisso
e a mesma animal – ou celestial – inocência,
porque o azul dos olhos dela tornava mais o azul do céu:
não importava as coisas bobas que disséssemos.

Éramos um desejo de estar perto, tão perto
que não havia ali apenas duas encantadas criaturas
mas um único amor sentado sobre uma tosca pedra,
enquanto a gente passava, caçoava , ria-se, não sabia
que eles levariam procurando uma coisa assim por toda a vida…”
(autor desconhecido)

Há trinta e quatro anos eu ganhei um dos maiores presentes de toda a minha vida. E eu ainda era um bebê de um ano e dois meses. Nasceu meu irmão caçula.

Sempre falo às pessoas que ter irmãos é uma das experiências mais emocionantes da vida. Sempre observo os filhos únicos e confesso que morro de pena deles.

Ter irmão significa aprender a dividir o que se tem, a ter para quem contar segredos, com quem desfrutar a vida quando as coisas vão bem ou mal.

Eu sou particularmente muito feliz por ter irmãos.

Eles são minha âncora, meu norte; meus conselheiros.

No mínimo são pessoas que compartilham comigo dos mesmos pais, o mesmo plasma, o mesma cultura inicial.

São pérolas raras que inundam minha alma apenas por existirem.

Um sorriso deles modifica meu dia e me motiva a caminhar adiante.

E eles também possuem este mesmo sentimento em relação a mim. Tenho certeza disso.

Mas eu estava falando de meu irmão Marcos.

Meu companheiro de alma, meu grande e melhor amigo. Meu menino, meu caçulinha que faz aniversário hoje…

Eu não seria capaz de escrever plenamente tudo o que ele significa para mim. Só sei que é algo bom o suficiente para ser impossível pensar nele sem ter nos lábios um sorriso “desse tamanho assim” (ele sabe que meus braços – ainda infantes – estão abertos de lado a outro para tentar demonstrar essa medida).

As primeiras experiências, o medo do escuro mesmo quando já somos grandes, os primeiros grandes motivos para sorrir e até para chorar, toda a minha vida está diretamente ligada a Marcos.

Há tão pouco tempo eu e ele, já adultos – ele, já casado – estávamos dormindo na cama de nossos pais e eu lhe falei que tenho bruxismo. Todo mundo sabe que bruxismo é um problema que faz com que as pessoas fiquem rangendo os dentes enquanto dormem. No meu caso eu mordo a bochecha. Mas ele, tão inteligente e conhecedor da filosofia mundial não sabia o que era aquilo. Estávamos no escuro e, a partir do momento em que eu pronunciei a maldita palavra, ele teve um medo tão grande… me abraçava… e pedia que eu acendesse a luz. E eu também fui acometida de um medo tão incrível que começamos a suar… a sorrir… levantamos juntos, abraçados, ligamos a luz e dormimos em paz outra vez.

E já éramos adultos. Imaginem o que vivemos na infância?

Outro dia, na infância, ele me disse que a pessoa sabia que havia morrido quando, ao cair no chão, falasse: “morri.” E eu acreditei naquilo. Ele também acreditou.

Então quando um batia no outro, se qualquer um de nós tivéssemos a idéia de cair ao chão, fechar os olhos e confessar: “morri”, já havíamos morrido. O outro assim, o que estava vivo, chorava muito, se descabelava mesmo, chamava nossa mãe, fazia um rebuliço imenso… Quanto sofrimento! Até que o “morto” sorria e então a alegria voltava. Não sem um grande murro nas costas do mentiroso.

Eu ficaria horas e horas sorrindo e contando o quanto esse lindo homem representa para mim. E seria um imenso prazer me lembrar das pedradas que eu dava em sua cabeça quando ele me pirraçava; das suas mentiras para mim; dos sorrisos que provocávamos um no outro… De nossa eterna cumplicidade, do nosso encantamento, do nosso grande amor.

Eu não seria o que sou sem ele, definitivamente.

Obs.: Na foto estamos eu e Joe. Dizem que aprendemos a amar em casa, não é? Que sorte a minha que Joe se pareça tanto com meu irmão caçula. Rs.

Vem, meu amigo!!!!


Este ano foi um período de muitas conquistas, vitórias mas também de sofrimento e desgaste emocional.

Mudei de casa, fui até morar sozinha e a vida contou com um misto de alegria, intensidade e choro.

Logo no primeiro semestre tive uma espécie de desilusão amorosa. Troquei de academia, alterei um pouco – o máximo que pude – minha rotina; conheci novos horizontes, novas pessoas, novos lugares.

Viajei sozinha. Fui a um congresso em Brasília onde só conhecia o palestrante através de seus livros. Conheci gente de praticamente todo o Brasil e vi que a vida é um pouco mais do que isso que temos à nossa frente.

Num dia de profunda tristeza eu encontrei um amigo. Embora virtualmente e não sei com que tempo (visto que ele estudava fora do país e estava altamente engajado em questões políticas mundiais, com ênfase no Brasil), meu amigo ficava me ouvindo e criamos o que eu acabei definindo como “colinho virtual”.

Além de tudo me ajudou a escrever um pouco em espanhol. Isso é que é ser amigo-educativo! Rs.

Luciano está voltando e eu terei o imenso prazer de conhecê-lo pessoalmente.

Não sei como agradecer tanto encorajamento e força que me deu nos dias de tristeza. Além do profundo respeito que tem por mim… Dinheiro não paga. Não tenho criatividade suficiente para devolver o conforto e acolhimento recebidos naqueles dias.

A alegria voltou ao meu coração, Lu. Graças a Deus!

Você foi peça importante para que eu retornasse a sorrir.

Então, não sei se serve como homenagem, mas estou postando aqui seu vídeo-fotos com imenso orgulho de você.

Beijos brasileiros, meu grande amigo-virtual!

“Coisa que gosto é poder partir sem ter planos… melhor ainda é poder voltar quando quero…”

Alma perfumada


Gostaria de compartilhar com você hoje um texto de Ana Cláudia Saldanha Jácomo, Almas Perfumadas.
Eu tenho o privilégio de, dentro de casa e fora dela, contar com gente que tem “alma perfumada”.

Que bom!

Almas Perfumadas
(Ana Cláudia Saldanha Jácomo
Para minha avó Edith.

Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta.
De sol quando acorda.
De flor quando ri.
Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça.
Lambuzando o queixo de sorvete.
Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher.
O tempo é outro.
E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.
Tem gente que tem cheiro de colo de Deus.
De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul.
Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis.
Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo.
Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso.
Ao lado delas, pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.
Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra.
Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza.
Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria.
Recebendo um buquê de carinhos.
Abraçando um filhote de urso panda.
Tocando com os olhos os olhos da paz.
Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.
Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa.
Do brinquedo que a gente não largava.
Do acalanto que o silêncio canta.
De passeio no jardim.
Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume
que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo.
Corre em outras veias.
Pulsa em outro lugar.
Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está conosco, juntinho ao nosso lado.
E a gente ri grande que nem menino arteiro.
Tem gente como você que nem percebe como tem a alma Perfumada!
E que esse perfume é dom de Deus.

Amizade x Cumplicidade x Amor.

Eu acredito em amizade entre sexos opostos.

Acredito também na importância de se construir relacionamentos onde a amizade e a sinceridade sejam notas dominantes, ao invés de sensualizar os relacionamentos – coisa tão comum nesses dias.

“Trocar figurinhas” sem confundir as coisas e perceber que podemos caminhar juntos obedecendo aos limites um do outro é, para mim, ponto fundamental para que sejam firmadas boas amizades, com sincero interesse de ajuda mútua.

Isso porque ser dono de seu próprio corpo é um direito inalienável já que ele é espaço do sagrado, verdadeiro templo da Eternidade.

Entretanto o cuidado com seu próprio corpo não deve se dar por simples medo de adoecer. Isso, este medo, em si, já é uma maneira de tornar-se doente.

Cuidar de si mesmo está relacionado a admitir que pessoas são pessoas. Para o bem das outras que, como afirmava Sócrates, o filósofo, voltará para mim mesma.

Como acontece com uma bolinha que você lança contra a parede: ela volta a você com a mesma intensidade com que a jogou.

Então acolher pessoas tem, aqui, um re-significação: abraçar sem aprisionar, como já dizia o dramaturgo inglês Shakespeare.

Por outro lado, também acredito que, com uma só pessoa eu deva compartilhar minha vida, minhas escolhas e ser cúmplice – um do outro.


Uma só pessoa, para mim, basta para exercer a difícil e misteriosa construção de uma profunda e substancial história a dois. Mais íntima. Segura. Feliz.

Experimentar o aconchego de um abraço depois de reparar as arestas é algo singularmente bom.

Estou disposta a isso.

E meus amigos serão sempre – e apenas – meus amigos.



Fonte: foto